domingo, 17 de julho de 2011

O Ódio

Começando a falar sobre ódio, deixo para reflexão uma pequena pergunta e pensamento: O Ódio pode ser uma coisa boa?
E para ajudar na reflexão, um fantástico e quase filosófico comercial da Honda inglesa sobre o ódio:



"Odeie alguma coisa, mude alguma coisa..."

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Utilitarismo

A idéia básica do utilitarismo é que devemos obter o Maximo de felicidade possível neste mundo. E uma ação é considerada moralmente boa se contribui para essa felicidade. Assim para os utilitaristas, a felicidade é o fim “o objetivo de todas as ações”, e qualquer coisa que você faça para elevar seu nível de felicidade é um meio para essa felicidade.
Então o utilitarismo usa as pessoas como meio, isto é se a infelicidade de uns contribui para a felicidade dos outros, isso não é problema em termos morais. "O utilitarismo iguala a todos ao tratá-los como meio para um fim sendo este fim sua felicidade".

Aborto

O direito ao aborto é uma questão polemica como poucas. No ultimo meio século quase todos os países desenvolvidos que antes o proibiam, alguns até com a pena de morte, o legalizaram.

Na Europa, o aborto foi autorizado por leis votadas nos parlamentos, país a país, sem maiores dramas, e depois praticamente não houve propostas de proibi-lo de novo. Já nos Estados Unidos, foi a corte suprema que declarou inconstitucional sua proibição e apesar disso há movimentos constantes para torna-lo a proibi-lo.

Isso é estranho porque, nos Estados Unidos, o aborto é visto como direito constitucional e no continente europeu, como questão apenas legal. Constituições, sabemos, estão acima das leis; mesmo assim, é nos EUA que muita gente quer rever a decisão, não na Europa. Isso porque, naquele país, o aborto é uma questão candente, o que não é nem no Velho Mundo nem mesmo nos países, como o nosso, que continuam a criminaliza-lo. Em outras palavras, esse não é um ponto que racha a sociedade brasileira ou as europeias.

Os movimentos contra o aborto afirmam defender a vida, no caso, do embrião ou do feto humano. Sustentam que desde a fecundação uma vida nova, diferente da materna, está sendo formada, e que é um ato de violência suprimi-la uma violência equivalente ao assassinato.

Considero razoável a argumentação sobre a vida, mas o que lamento nessa opinião é que seus proponentes raramente defendam ações que reduziriam realmente o recurso ao aborto. Notem que só agora o papa bento XVI começa a admitir o uso do preservativo e, ainda assim apenas em poucos casos. Muitas mulheres também decidem abortar o porque seus namorados não querem assumir o filho, ou por temerem que a família os expulse. Um apoio efetivo a essas moças poderia contribuir para algumas mudarem suas decisões, melhor do que uma punição legal.

Outra linha defende a descriminalização do aborto. Ignoro quem defenda o aborto. Ninguém sai as ruas conclamando as mulheres a abortar! O que existe são movimentos que querem que as mulheres que desejem abortar o façam.

Não proponho, aqui, uma resposta teórica. Não concordo com uma teoria importante dos pró-aborto, mas apoio a discriminação dessa pratica. Acho que é melhor parar de condenar e passar a investir, muito, na educação sexual. Veja que não se trata de elogiar o aborto, nem mesmo de banaliza-lo: eu, pelo menos, continuo achando-o apenas um mal menor. O aborto não pode ser método anticoncepcional. Mas, para isso, a solução não é prender milhares ou milhões de mulheres, e sim ensinar as pessoas a  viver melhor sua sexualidade.



terça-feira, 12 de julho de 2011

Vontade de Vida e Amor


O amor dizem às vezes é cego. Schopenhauer* estaria plenamente de acordo. O amor é realmente cego porque é a expressão de um esforço cego ao qual Schopenhauer deu o nome de vontade de vida. Trata-se de uma propensão inerente a todas as coisas vivas para permanecerem vivas e se reproduzirem. E essa propensão domina os seres humanos da mesma maneira que domina todas as outras coisas vivas. À vontade para a vida é o motivo por que fazemos muitas, talvez a maior parte, das coisas que fazemos.

Por exemplo, é noite de sexta feira e você saiu com seus amigos. Ficar bêbado é divertido, admitamos, mas sairia muito mais barato em casa com algumas latas. Por que jogar dinheiro fora com alguns coquetéis aguados? Essa é sua vontade de vida. Caso perceba ou não você esta bebendo, e essa é sua vontade de vida que o faz fazer isso. Enquanto a noite avança, você vai ficando cada vez mais bêbado. É a vontade de vida que esta fazendo isso. Você precisa de umas doses para ter coragem de se aproximar de alguém- e a vontade de vida da um jeito de você conseguir o que precisa. Durante todas as etapas da noite, sua vontade de vida é quem esta no comando. A vontade de vida para Schopenhauer é a força propulsora que esta por trás de tudo que fazemos.

É claro que não percebemos isso. Essa vontade de vida se mantem oculta, clandestina, subterrânea. Ela age veladamente. Parte do poder da vontade de vida reside no fato de você pensar que é o autor de suas ações- o capitão de sua sorte e mestre de seu destino. Mas essa sensação que você tem sobre sua autoridade e capacidade de escolher seu próprio destino é para Schopenhauer, uma ilusão. Você não tem controle algum.

Schopenhauer faz uma distinção entre o que acontece no nível consciente- a maneira como as coisas lhe parecem quando você esta fazendo algo- e as forças inconscientes, que são os verdadeiros atores do que esta acontecendo.

Ou seja, você esta dividido no eu consciente e no eu inconsciente. Sua parte inconsciente é regida pela vontade de vida e só pensa em permanecer viva e dar continuidade a espécie. É claro que você não tem a menor ideia de que isso esteja acontecendo- é tudo inconsciente. Seu lado consciente por outro lado, acha que tem o controle. Mas na realidade são completamente subservientes as forças inconscientes.

Nesse jogo a idéia de amor é uma grande ajuda para a vontade de vida. Se estiver convencido de que esta apaixonado você ira perseguir a segunda das exigências da vontade de vida- a parte da propagação- com grande ardor vigor, até mesmo ardor se você estiver fingindo que esta apaixonado sua parceira ira perceber, por sinais sutis que você emite- inconscientemente. E isso poderá atrapalhar todo esse sexo indiscriminado. Por isso a vontade de vida inconsciente tratara de convencê-lo de que esta apaixonado para que você convença sua parceira de que esta apaixonado.

*Filósofo alemão do século XIX

Philia em Aristóteles.

Philia é uma espécie de afeição e apreço por outra pessoa. Philia, para os gregos é algo a mais do que chamamos de amizade, pois incorporava também a lealdade a família e também a polis(comunidade política local). O modo como o filosofo Aristóteles usava o termo é muito próximo do uso que fazemos do termo “amizade”. Assim ele escreve “as coisas que causam a amizade são: fazer o bem; fazer sem que seja solicitado; e não espalhar o fato quando é feito”. (Retórica, II. 4.)

Aristóteles argumentava que o tipo de pessoa que gostaríamos de ter como amigos são aqueles semelhantes a nós no caráter, que não guardam rancor, que tem o mesmo objetivo, desejos e aspirações que nós, que tem um temperamento calmo e moderado, que são justos e imparciais, que nos admiram e a quem admiramos, e assim por diante.

Há duas coisas que destacam do que Aristóteles escreveu sobre amizade 1: igualdade e 2: empatia. A verdadeira amizade só pode existir entre pessoas que são iguais. E Aristóteles fala que as melhores pessoas produzem os melhores amigos. Ser uma pessoa ética ou moral, para Aristóteles, é parte do projeto de se tornar alguém que as pessoa irão querer como amigo. “Para Aristóteles ser uma boa pessoa, significa ter bons amigos”.

De acordo com Aristóteles, a chave para um relacionamento amoroso baseado em philia é a reciprocidade. Philia se baseia em noção de reciprocidade. Philia é o produto de duas coisas. Primeiro, há um considerável grau de identidade entre as pessoas envolvida. Aristóteles dizia que em grande medida, para que philia ocorra as duas pessoas envolvidas devem ser semelhantes no comportamento e precisam querer as mesmas coisas.

É claro que não há duas pessoas exatamente iguais. E assim de acordo com Aristóteles, o outro componente de philia é a empatia com a outra pessoa, e a tolerância em relação a suas fraquezas, peculiaridades e faltas. Para que exista philia entre duas pessoas, elas não podem ser agressivas demais, ter medo de expressar sua admiração uma pela outra, tem que saber perdoar o que pode ser perdoado, encorajar quando o encorajamento é necessário etc...

Amor em Patão

“Quem ama o belo é chamado amante porque dele compartilha”.

Platão usava o Eros para explicar o conceito de amor. Eros dizia os gregos envolvia um intenso e apaixonado desejo por algo.
Platão argumentava que o Eros envolvia um intenso e apaixonado desejo pelo belo. O Eros nos proporciona um mundo que esta além dos nossos sentimentos e plano físico em que vivemos sendo assim “transcendental”. Ele chamou este outro mundo de mundo das formas ou idéias. E a beleza é uma característica deste mundo das formas, assim quando amamos no sentido de Eros uma pessoa bela neste mundo físico, isso acontece porque ela nos lembra da beleza que existe no mundo das idéias.

Mas o que torna bonitas as pessoas bonitas?
As pessoas bonitas são bonitas porque compartilham o belo. Pelo menos é isso que diria Platão.

E alguém é perfeitamente belo?
De acordo com Platão sempre há um desvio da perfeição – alguma falha, um defeito, imperfeição, que faz com que não sejam perfeitamente belas. Por isso conclui Platão o belo o verdadeiro ou perfeito não pode fazer parte do mundo físico.

Platão usou uma analogia da natureza de nosso entendimento a respeito da natureza das idéias. Imagine prisioneiros que tenham passado a vida acorrentados dentro de uma caverna. A caverna é iluminada pelo fogo que lança sombras nas paredes. Os prisioneiros jamais puderão ver o mundo exterior, toda sua experiência visual esta limitada as sombras na parede da caverna. Para Platão é nessa situação que se encontram as pessoas comuns. O mundo físico que descobrimos através de nossos sentidos é como uma sombra projetada por algo real o mundo das formas. O mundo físico é um pálido reflexo desse mundo das formas, assim como a sombra é um pálido reflexo do objeto que a projeta.

Agora imagine que os prisioneiros se libertam de suas correntes e vão até a entrada da caverna. A principio a luz simplesmente os cega, e eles não conseguem enxergar nada. Seus olhos se habituaram à escuridão e à sombra, e eles não conseguem aprender esse novo mundo que se apresenta diante deles. Essa é a situação das pessoas diante do mundo das formas. Assim, o amor, do ponto de vista platônico, pode ser tão misterioso, indizível e inexplicável quanto dizem muitas pessoas.

“Esteticismo”.

Mito da Caverna em HQ